Estudo aponta relação entre alegria e produtos orgânicos

Pesquisadores se surpreenderam ao saber que aumento no consumo torna as pessoas mais satisfeitas

MARCO QUINTANA/CIDADES

O ditado “você é o que você come” nunca fez tanto sentido. O pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais Sustentáveis da Universidade do Vale do Taquari (Univates), Marlon Dalmoro, em parceria com pesquisadores de outras duas faculdades do Estado, desenvolveu um estudo que evidencia que o consumo de alimentos orgânicos está diretamente relacionado à preocupação com a saúde, com o meio ambiente e ao incentivo da produção local. Aplicado a mais de mil pessoas, de todas as idades e majoritariamente residentes na grande Porto Alegre e no Vale do Taquari, o questionário foi respondido por dois perfis, os que consomem e os que não consomem alimentos orgânicos.

Além disso, as questões foram divididas em cinco temáticas: satisfação com a vida, materialismo, preocupação com a saúde, preocupação com o meio ambiente e preocupação em incentivar a produção local. O que surpreendeu os pesquisadores foi a relação direta do consumo de alimentos orgânicos com os índices de percepção de felicidade. A avaliação sobre satisfação com a vida se divide em outras categorias que constroem o conceito de bem-estar subjetivo: alegre, de bom humor, extremamente feliz, calmo, pacífico, satisfeito e satisfação com a vida. “Cada um dos itens é um construto específico, e o último, a satisfação com a vida, é uma avaliação geral. Interessante reparar que o último é maior do que a média dos demais”, pontua Marlon.

A média de satisfação com a vida em geral chega a 7,54 para quem consome produtos orgânicos e a 7,14 para quem não consome. Já no que diz respeito à alegria, a média de respostas foi de 5,2 entre aqueles que consomem orgânicos e de 4,87 para quem não consome.

Conforme o pesquisador, o projeto de pesquisa era bastante amplo e gerou muitos resultados, não só em relação produtos rurais e aos consumidores, mas também como outras áreas da vida são impactadas. “A importância desses resultados é conseguir evidenciar que o que a gente consome, os nossos comportamentos e as nossas decisões de consumo de alguma forma reverberam em outros âmbitos de nossas vidas”, afirma.

Para o pesquisador, os resultados podem ajudar nas tomadas de decisão não apenas dos consumidores de alimentos, mas também de gestores, resultando em políticas públicas de incentivo à alimentação mais saudável, por exemplo. Empreendedores também podem se orientar pelas pesquisa, uma vez que gestores podem buscar desenvolver alimentos e produtos que contribuam para que o consumidor tenha um modo de vida mais sustentável, mais saudável e consequentemente mais feliz.

Fonte: Jornal do Comercio