Conheça as tendências para o varejo em 2023

 

Reportagem SA Varejo

Modelos padronizados de redes devem ser substituídos por lojas integradas às comunidades

Consultores de varejo antecipam quais são as tendências que devem impactar o setor este ano, as quais devem ser abordadas no maior evento de varejo do mundo, a NRF 2023 Retail´s Big Show, que neste ano ocorre em Nova York, nos EUA, de 14 a 17 de janeiro.

Para Camila Salek, especialista em varejo, uma das principais tendências do setor é o desapego de modelos padronizados de lojas. “Nos últimos anos, o varejista escolhia um modelo de expansão, padronizava as lojas e multiplicava sem se preocupar com geolocalização. Isso deve mudar”, avalia. Os modelos de crescimento das redes, de acordo com ela, deverão considerar muito mais o entorno, as comunidades, e os produtos tenderão a ser adaptados aos locais.

No mundo e aqui no Brasil, a tendência é de as empresas abrirem lojas menores, avalia Gustavo Carrer, gerente de desenvolvimento de negócios da Inwave. De acordo com o executivo, no Brasil essa tendência é vista, principalmente em supermercados. As redes Pão de Açúcar Minuto Oxxo, empresa mexicana controlada pela FEMSA, são exemplos. “Grandes marcas estão lançando lojas menores, aplicando o conceito de varejo de vizinhança. O que o cliente não encontra, a loja manda entregar em casa”, explica.

Outra tendência destacada por Carrer é o uso de inteligência artificial aplicada no atendimento e na operação de lojas, assim como o uso de self checkouts. “Os self checkouts devem aumentar muito em redes de supermercados e em outros setores, como farmácias e empresas de alimentação”, diz.

Com o padrão 5G para redes móveis e banda larga, de acordo com ele, as tecnologias ligadas à operação de loja tendem a ficar mais automatizadas. “Assim, os lojistas conseguem controlar abertura e fechamento de loja, iluminação, segurança, comportamento de clientes e gerar sugestões para melhorar o sortimento e as vendas.”

Para Carrer, os lojistas precisam se espelhar mais nos raciocínios industriais para melhorar processos e buscar eficiência.

Para Luís Lobão, consultor de varejo, a ideia de criar experiências para o cliente continua firme no sentido de aumentar a fidelidade e o engajamento por meio da redução de atritos na jornada de compra. A inovação, de acordo com o executivo, está mais ligada à melhora de processos que deem resultados em curto prazo.

“O fundamento do varejo é simples, você atrai fluxo para loja, aumenta a taxa de conversão, o tíquete médio e, por fim, a recompra, que é a fidelidade do cliente”, diz.

De acordo com Marcos Hirai, o que deve ocorrer no Brasil neste ano é o fortalecimento do varejo popular, com o Bolsa Família e os programas do novo governo voltados para a geração de emprego. “Esta é uma discussão que não existe nos Estados Unidos, mas que se aplica ao Brasil”, pondera.

Ricardo Pastore, coordenador e professor do Núcleo de Varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), avalia que a experiência do cliente continua sendo um foco de atenção. “Vamos olhar o varejo pela ótica da experiência, que coloca o cliente no centro. Site, aplicativo, loja física têm de ser colocados para os clientes.”

Se melhorar a experiência, reduzindo os atritos na jornada de compra, diz ele, o negócio dá resultado, pois o cliente retorna, aumenta a fidelidade e, como consequência, as vendas.

Fonte: Diário do Comércio